Ontem minha família e eu passamos por um momento preocupante, quando a minha avó materna teve um mau súbito, mas que até o momento parece estar estabilizada. Ela teve um mal-estar e precisou ser internada. No momento ela está na UTI consciente e conversando, mas no pior momento tivemos uma triste surpresa que nos causou revolta.
Foram tiradas algumas radiografias e foi constatado um problema específico. Não vou comentar qual foi o hospital, nem o problema para eu não ter outro problema. Foi preciso então chamar um médico especialista naquele problema, pois o plantonista é geral e após uma meia hora ouvimos um barulho de carro e fomos ver. Desceu o médico e um acompanhante do carro, mal nos cumprimentaram e entraram enquanto ficamos esperando lá fora. O médico parecia sonolento, algo normal as 02h30min da manhã.
Enquanto esperávamos chegaram alguns jovens de carro com uma amiga que tinha bebido um pouco a mais. Vou aproveitar a oportunidade para pedir que só leve um bêbado ao hospital se tiver certeza que vai conseguir contê-lo e tratá-lo. A garota já tinha passado do pior momento e não queria descer do carro de jeito nenhum, mesmo depois de os amigos terem feito toda a ficha de entrada e feito os enfermeiros esperarem por um longo tempo no frio. Ela acabou não recebendo o tratamento e os amigos só serviram para fazer muito barulho e bagunça. Profissionais que varam a madrugada não podem ser obrigados a agüentar este tipo de situação. Um pouco mais de bom senso sempre será bom.
O fato revoltante começou aí. Enquanto observávamos os jovens entrando no carro, o médico especialista saiu do hospital “trançando as pernas”, de sono? Algum remédio de efeito mais forte? Entrou no carro e quando foi dar uma ré, cantou pneu. Ficou claro que ele tinha dificuldades em controlar o carro.
Quando minha mãe saiu do pronto-socorro disse que estranhou, pois o médico olhava para as radiografias e não falava nada. Olhou pra minha avó, debruçou-se na maca e perguntou o dia de nascimento dela. Saber quanto anos ela tem é normal, mas muito estranho a sua observação depois para o médico plantonista geral: “Bonita ela não?”. Não contente com a sua ironia, perguntou a minha avó: “A Sra. prefere morrer em casa ou no hospital? Meu pai também morreu quando eu era jovem…”. Deu algumas recomendações com a fala enrolada e foi embora. Daí o momento em que vimos o tropeço e a desastrosa cena do carro.
Fica a pergunta. Como um médico nesse estado é escalado para atender pacientes de EMERGÊNCIA? Mesmo que ele esteja com algum problema de sono ou sobre o efeito de algum remédio, não poderia ser escalado para exercer a função. Felizmente minha avó não precisou de nenhum tipo de intervenção. E se chegasse algum acidentado que precisasse? Ele iria ser atendido pelo mesmo médico.
Onde está a fiscalização do CRM? Onde está a fiscalização dos Planos de Saúde?
Eu não vi ninguém.
Depois de iniciar faculdade nesta área fico cada vez mais horrorizada com histórias que ouço e me preocupo cada vez mais em fazer o melhor para mais tarde ser uma PROFISSIONAL! Pq somente os advogados qdo saem da faculdade tem que passar por um concurso fudido para poder exercer sua profissão? Médicos deveria ser os primeiros a passarem por um tipo de avaliação deste nivel, afinal eles lhidam com vidas!!! Ano passado tomei conhecimento que os médicos recém formados passam por uma avaliação., MAS está avaliação não é obrigatória e menos de 30% de todos que se formaram acabam prestando e dos que prestam metade não é aprovada. (mas não tem valor).Absurdo ou não?beijos Coxa