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Posts Tagged ‘EXPLORAÇÃO’

Hoje, ao ler um post no Blog do Noblat, me deparei com a constatação de um argumento que sempre vejo nos debates sobre privatização de empresas exploradoras de recursos naturais, o investimento em pesquisas para novas explorações como aconteceu com o pré-sal. Fica muito claro que, se a Petrobrás tivesse sido privatizada, o capital internacional que a dominasse nunca iria enfrentar uma pesquisa trabalhosa e arriscada como as pesquisas do pré-sal. Caras, inovadoras e com grande risco de um tiro no pé, mas que se bem feitas, resultam em enormes avanços ao país. Como já resultou.

Uma empresa internacional, exploraria o que já está encaminhado e utilizaria os lucros para investir em pesquisas muito mais baratas em exploração de petróleo na Venezuela, na África, etc e tal. E para esses lugares rumaria, após secar nossas reservas de petróleo já descobertas. Em outra hipótese, faria uma parceria com uma empresa inglesa irresponsável qualquer, que viria aqui explorar o petróleo em alto mar, com grandes chances de uma nova catástrofe como a do Golfo do México.

Fico imaginando aqui com meus botões, qual seria a condenação, caso um acidente das mesmas proporções fosse causado pela Petrobrás. A mídia, lambedora de sapatos imperiais, adoraria se lambuzar em óleo para divulgar ao povo brasileiro, e a quem quisesse ouvir, que o Brasil deveria é continuar sendo um país de terceiro mundo refém dos mandos e desmandos das organizações internacionais controladas pelo primeiro mundo.

Mas essa é uma outra história. Esse post aqui é pra mostrar que o capital internacional está “pouco se lixando” – como diria um nobre deputado sobre a opinião pública – para o desenvolvimento do Brasil. Pois bem, temos a Vale privatizada por FHC/Serra, uma das maiores mineradoras do mundo, explorando nosso subsolo a sua maneira, a todo gás, e com investimentos em pesquisas insignificantes. No post que reproduzo a seguir, vemos que alguns minérios estão em vias de esgotamento, sem que se tenha encontrado novas áreas alternativas para exploração. Onde será que o capital comandante da Vale está investindo em pesquisas? No Brasil é que não é!

Deu em O Globo

País perde corrida na mineração

Em novas áreas de exploração, Brasil fica atrás de Chile e Peru, além de Canadá e Austrália

Gustavo Paul

À margem do interesse envolvendo as descobertas de petróleo no pré-sal e a construção de hidrelétricas, as pesquisas por novas áreas de exploração no setor de mineração brasileiro vêm interessando menos os investidores nacionais e estrangeiros.

Nos últimos anos, a incerteza diante das regras do setor e o pouco avanço nas pesquisas geológicas estão fazendo o Brasil perder terreno para vizinhos como Chile e Peru e ficar bem distante de concorrentes de peso, como Canadá e Austrália.

Sem novas áreas de exploração, o setor mineral está consumindo o que já é conhecido, em níveis recordes. Os investimentos apontam cifras inéditas: podem chegar a US$ 54 bilhões, de 2010 a 2014, para produzir quase cem minerais diferentes.

O valor da produção mineral deve alcançar US$ 30 bilhões este ano, cerca de US$ 6 bilhões a mais do que no ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

O consultor Luciano de Freitas Borges, ex-secretário de Mineração do Ministério de Minas e Energia, adverte que não ocorrem descobertas de grande porte no Brasil há vários anos.

É o que constata o Ibram: dos 52 grandes depósitos minerais descobertos até hoje no Brasil, apenas três (5,7%) foram encontrados depois de 1988.

— A reposição das reservas brasileiras de cobre e ouro, por exemplo, já está aquém do nível de expansão da demanda. Sem novas opções, a médio e longo prazos, a perspectiva é estagnar a produção e depois vê-la decair — alerta Borges, ressaltando que a exceção são as reservas de ferro, suficientes para cerca de 400 anos.”

E tem gente que ainda acha que a privatização é o ó do borogodó.

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Como já mencionei neste espaço, está claro o uso eleitoreiro – a favor e contra Dilma – de tudo o que vemos na grande mídia sobre o pré-sal. É fato também que, como todas as grandes descobertas deste país desde o pau-brasil, passando pelas minas gerais, Amazônia e jogadores de futebol, alguns ainda acreditam que entregar de bandeja nossas riquezas à exploração sem limites de grupos internacionais seja a melhor forma de gerir nossos recursos naturais.

Quando saímos da discussão superficial liderada pela mídia golpista e buscamos nos aprofundar na discussão dos reais interesses da nação quanto ao direcionamento e uso de seus recursos naturais, percebemos que grande parte da população – por interesse pessoal e/ou partidário e/ou por falta de conhecimento – entende que a melhor forma de exploração de nossos recursos naturais seja por meio de privatizações ou concessões para empresas estrangeiras ou de capital aberto.

Mas quando buscamos as argumentações que vão em direção contrária, ou seja, que o Estado deve sim estar no comando da situação, não temos argumentos que possam convencer-nos do contrário. Também concordo que o Estado tem muitas falhas, ainda, quanto à gestão dos recursos vindos de tais riquezas, como podemos ver na questão das rodovias estatais. Quando privatizadas nos proporcionam abissal diferença de qualidade de asfalto, de segurança, sinalização, mas em troca nos cobram taxas e mais taxas de pedágio, que no estado de São Paulo – que está nas mãos do PSDB desde que eu era um simples material genético em formação – levantaram mais de 3 bilhões de reais para as empresas privadas em dez anos de concessões. Um verdadeiro assalto ao contribuinte que já paga impostos ao Estado, que é quem deveria proporcionar tudo o que a concessionária proporciona.

Olhando mais a fundo, o que as empresas que levantaram bilhões dos bolsos do brasileiro investiram em troca? Investiram em outros meios de transporte? Não. Investiram em outras rotas alternativas? Não.

O mesmo devemos considerar para as empresas detentoras de nossos recursos naturais. Se a Petrobras tivesse virado Petrobrax – como queriam os tucanos de FHC – e tivesse sido privatizada, a empresa ganhadora da concorrência descobriria o pré-sal? Ela investiria em tecnologia 100% nacional para a extração de petróleo e refino? Você acredita que uma empresa, cujo único interesse é o capital, investiria numa milionária pesquisa de uma quase impossível exploração do pré-sal ou numa tradicional pesquisa de exploração de petróleo na África ou na Venezuela?

Quando pensamos na auto-suficiência, estudos mostram que o Brasil vai consumir até 2040 cerca de 100 bilhões de barris de petróleo. Os mesmos 100 bilhões estimados nos campos de pré-sal se 100% dos campos encontrados forem 100% exploráveis. E, ao contrário de que alguns pensam, 2040 está logo ali.

Portanto, se uma empresa estrangeira tomar conta das decisões sobre os limites de exploração, com certeza ela irá explorar ao máximo os recursos do pré-sal, e quando menos esperamos, estaremos comprando petróleo estrangeiro dessa mesma empresa que estará explorando outro país de trouxas. Além disso, se é que alguém pensa que é pouco, não será do interesse da empresa estrangeira investir em outras fontes de energia. Ou você acha que existe algum lobo bonzinho na selva capitalista preocupado com o futuro da humanidade?

Se pensarmos mais a frente, sobre o desenvolvimento sustentável do país, temos que estar cientes de que a extração de nossos recursos naturais deve ser controlada pelo Estado para que ele busque na exploração inteligente os recursos para o financiamento de avanços em outros setores da sociedade. O Estado deve regular a velocidade da exploração de maneira que encontre o equilíbrio para que a economia do país não fique dependente do petróleo e que, ao mesmo tempo, sustente e atenda a demanda interna de consumo de combustíveis fósseis, viabilizando também pesquisas em novas tecnologias e fontes renováveis de energia. Mesmo a idéia de a Petrobras tomar conta sozinha dos recursos do pré-sal é enganosa, pois como ela explicará à seus acionistas o direcionamento da produção ao mercado interno quando o mercado externo oferecer valor maior?

Os mais antigos lembram que antes no Brasil era necessário acelerar a produção de petróleo para atender o consumo interno, mas os jornalões sempre condenaram a criação e os investimentos na Petrobras. Hoje se ajoelham perante sua grandeza e influência no desenvolvimento do país. E ainda que critiquem os investimentos nas pesquisas do pré-sal, já aprenderam a lição, e não tentam mais impedir, mas sim desestabilizar uma das Estatais mais importantes do mundo.

O problema não está no controle dos recursos por parte do Estado, mas sim no controle do Estado por parte dos cidadãos. Se não sairmos “às ruas” para parar o país e frear bruscamente a corrupção, qualquer iniciativa será fracassada, mas nenhuma seria tão ignorante quanto à entrega do controle de nossas riquezas a grupos internacionais.

Partilha sim, privatização NUNCA!

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