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Archive for Junho, 2010

O Brasil tem em suas mãos uma oportunidade única de enfrentar e questionar as nações sobre tanta vista grossa até agora. Os Jogos Olímpicos em 2016 e a Copa do Mundo em 2014 podem consumir muito dinheiro público se nada for feito. Este é um tema que deve sim ser discutido já nas eleições deste ano, antes que seja tarde. Os planos já estão aí via DEM de Kassab e PSDB de Serra na cidade de São Paulo. 

Estes eventos devem trazer desenvolvimento e visibilidade ao Brasil, não assaltos aos cofres públicos para as máfias que comandam a FIFA, COI, COB e CBF. 

Do Portal Luis Nassif Online:

Como entender o escândalo do Piritubão

Enviado por luisnassif, dom, 27/06/2010 – 19:28

 

Do Estadão

 

A ginga perfeita dos donos da bola – suplementos – Estadao.com.br

 

A Fifa controla o dinheiro, marca os adversários e dribla a Justiça

Flavia Tavares, de O Estado de S. Paulo

Um dos escândalos relatados por ele em 2006, no livro Foul! The Secret World of Fifa (não traduzido no Brasil), teve um desfecho na sexta-feira. Altos dirigentes da organização máxima do futebol receberam propina, admitiu a Justiça suíça. Mas eles não serão punidos porque a lei do país, que é sede da Fifa, permitia o “bicho” na época.

Os figurões pagarão apenas os custos legais e suas identidades não serão reveladas. “É por isso que meu segundo livro sobre o tema será uma comparação da Fifa com o crime organizado”, conta. Ele optou por publicar a obra depois das eleições na entidade, em maio de 2011, embora duvide que alguém vá enfrentar o dono da bola, Joseph Blatter. “Ninguém ousa desafiar a Fifa porque eles controlam o dinheiro. E a imprensa cala”, dispara Jennings.

Nas investigações sobre a Fifa, o que o senhor descobriu?
A Fifa é comandada por um pequeno grupo de homens – não há mulheres em altos postos da entidade e isso fala por si – que está lá há muitos anos. São homens em quem não devemos confiar e contra quem temos provas contundentes. Eles podem continuar no poder porque controlam o dinheiro. E tornam a vida dos dirigentes das confederações nacionais muito boa e fácil. Fico envergonhado porque ninguém se manifesta contra esse poder.

Como os dirigentes se manifestariam?
Zurique, sede da Fifa, é uma Pyongyang do futebol. O líder fala e os outros agradecem. Numa democracia é esperado que haja discordância, oposição. Na Fifa, não há. Eles têm um congresso a que, ironicamente, chamam de parlamento. São cerca de 600 delegados – acho que são 2 ou 3 por país representado, e são 208 países. Se você chegasse de Marte acharia que o mundo é perfeito, porque todos concordam. É vergonhoso. Nisso, a CBF é tão culpada quanto todas as outras confederações.

Que instrumentos a Fifa usa para manter esse poder?
A Fifa dá cerca de US$ 250 mil por ano para cada país investir em futebol. Na Europa, não precisamos desse dinheiro. A indústria do futebol fatura o suficiente para se alimentar. Mas é uma forma de a Fifa se manter. Esse dinheiro nunca é auditado. Na Suíça, a propina comercial não era ilegal até pouco tempo, apenas o suborno de oficiais do governo. O caso que eu conto no meu livro é justamente sobre um esquema de propinas pagas pela International Sport and Leisure (ISL), empresa que negociava os direitos televisivos e de marketing da Fifa. A história é cheia de detalhes, mas no final a ISL só foi responsabilizada pelo fato de gerenciar mal seus negócios enquanto devia para outras empresas.

Não houve punição?
Como eu disse, o pagamento de propina não era ilegal na Suíça. Portanto, não havia crime a ser punido. As acusações contra a Fifa foram retiradas e a entidade foi multada em 5,5 milhões de francos suíços (cerca de US$ 5 milhões) para custos legais.

Por que os governos não se envolvem ou a Justiça não faz algo?
Porque a sede da Fifa é na Suíça e a lei lá é muito permissiva. Para outros países, é inaceitável que esses homens se safem tão facilmente e que os altos dirigentes riam da nossa cara desse jeito. O que me deixa enojado é que os líderes dos países – o primeiro-ministro britânico, o presidente Lula e todos os outros – façam negócio com essas pessoas. Eles deveriam lhes negar vistos, deveriam dizer que não querem se relacionar com dirigentes tão corruptos. E tenho certeza de que, se os governantes se voltassem contra a corrupção da Fifa, teriam apoio maciço dos torcedores/eleitores.

Por que todos são tão complacentes?
Suponhamos que você seja uma torcedora fanática pelo seu time. Você vai à Copa do Mundo, mas como sempre há escassez de ingressos. Você então compra suas entradas de cambistas, mesmo sabendo que parte desse ágio vai voltar para o bolso da Fifa, já que ela é suspeita de liberar esses ingressos para os ambulantes. Você não pode provar, claro, mas você sabe. As pessoas não são estúpidas. Os governos menos ainda, eles podem investigar o que quiserem. Mas não investigam a Fifa porque os políticos simplesmente ignoram os torcedores. É o que já está acontecendo com a Copa de 2014. Qualquer brasileiro com mais de 10 anos sabe que a corrupção já está instalada. Por que ninguém faz nada?

Por quê?
É difícil saber. Se um país relevante enfrentasse a Fifa ela recuaria. Ou você acha ela excluiria o Brasil de uma Copa? Eles conseguem enganar países pequenos, esquecidos pelo mundo. Mas, se o Brasil dissesse não à corrupção, provavelmente a América Latina se uniria a vocês. E você acha que esses líderes latino-americanos nunca discutiram a possibilidade de um levante, de fazer o que os europeus já deveriam ter feito há tempos? Acho que lhes falta coragem.

O Brasil tentou fazer uma investigação, por meio de uma CPI.
Tentou e foi ao mesmo tempo uma vitória para o país e uma grande decepção, porque pararam de investigar no meio. O povo vai ter de pressionar os políticos a fazer algo. É realmente uma pena que o Brasil tenha chegado tão longe na investigação e tenha desistido no caminho. Havia provas para seguir em frente, para tirar a CBF das mãos do Ricardo Teixeira e, quem sabe, colocar auditores independentes lá dentro. A Justiça também poderia ser mais ativa. Por mais que eles tenham comprado alguns juízes, não compraram todos, certamente.

Sabendo de tudo isso o senhor ainda consegue curtir o futebol, se divertir com ele?
Sim, porque a corrupção não está tão infiltrada nos jogos, embora chegue a essa ponta também. Ela fica mais nos bastidores. Há exceções, como na Copa de 2002, em que a Espanha e a Itália foram roubadas grotescamente. Era importante para a Fifa que a Coreia do Sul passasse adiante. Não foi culpa dos jogadores, mas as razões políticas e econômicas se impuseram. Na Coreia, o beisebol é mais popular do que o futebol. Se eles fossem desclassificados, os estádios se esvaziariam. Neste ano, todos ficaram de olho nos jogos de times africanos. Blatter também precisa de um time do continente nas oitavas. A questão é que, quando assistimos às partidas, assistimos aos atletas, ao esporte, então, é possível confiar. É fácil punir um árbitro corrupto e a maioria não é corrompida.

Então, a corrupção não interfere tanto no esporte?
Cada centavo que os dirigentes tiram ilicitamente da Fifa ou das organizações nacionais é dinheiro que eles tiram do esporte e de investimentos. Portanto, estão desviando de nós, torcedores, e dos atletas que jogam no chão batido em países subdesenvolvidos. Eles tiram dos pobres.

É possível para os jogadores, técnicos e dirigentes se manterem distantes da corrupção no futebol?
Bom, o dinheiro normalmente é tirado do orçamento do marketing, não afeta jogadores e técnicos dos times nacionais. Uma coisa interessante é o comitê de auditoria interna da Fifa. Um dos membros é José Carlos Salim, que foi investigado muitas vezes no Brasil. Por que você acha que ele está lá? Para fingir que não vê.

A corrupção no futebol começa nos clubes e se espalha ou vem de cima para baixo?
Sempre haverá um nível de roubalheira em todas os escalões. Para isso temos leis e, às vezes, conseguimos aplicá-las. Mas a pior corrupção está na liderança mundial. Quase todos os países assinam tratados internacionais anticorrupção, mas não fazem nada quanto aos desmandos da Fifa e do COI. E, quando algum governante tenta ir atrás de dirigentes de futebol corruptos, a Fifa ameaça suspender o país. Só que ela faz isso com os pequenos. Fizeram isso com Antígua! Suspenderam o país minúsculo que ousou processar o dirigente nacional. Ninguém falou nada. Eu escrevi sobre isso porque tenho fãs lá que me avisaram do caso.

O senhor se sente uma voz solitária na imprensa?
Não confio na cobertura esportiva das agências internacionais. Em outras áreas elas são ótimas. Não no esporte. É uma piada. Apresento documentários com denúncias graves sobre a Fifa na BBC, num programa de jornalismo investigativo chamado [ITALIC]Panorama[/ITALIC], e dias depois a BBC Sport faz um programa inteiro em que Joseph Blatter apresenta alegremente a nova sede da Fifa em Zurique.

O senhor acompanhou a briga do técnico Dunga com a imprensa brasileira?
Não vou comentar o episódio porque não acompanhei de perto. Posso dizer que a imprensa inglesa e a da maioria dos países é puxa-saco. E sem razão para isso. A desculpa é que os editores têm medo de perder o acesso às seleções e à Fifa. Bobagem. Ora, eu fui banido das coletivas da Fifa sete anos atrás e ainda consegui escrever um livro e fazer várias reportagens. A imprensa deve atribuir as responsabilidades às autoridades. Se não fizer isso, é relações públicas. Tenho milhares de documentos internos da Fifa que fontes me mandam e não param de chegar. Por que só eu faço isso?

A cobertura se concentra mais no evento esportivo em si e nas negociações de jogadores?
Exato, também porque a chefia das redações tende a se concentrar nos assuntos de política nacional, internacional e na economia e deixar o esporte em segundo plano.

O que o senhor espera da Copa no Brasil, em 2014?
Há algumas semanas, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deu um piti público cobrando o governo brasileiro para que acelerasse as construções para a Copa. Estranhei muito, porque não imagino que o governo brasileiro se recusaria a financiar uma Copa. Vocês são loucos por futebol, estão desenvolvendo sua economia, têm recursos e podem achar dinheiro para isso. Uma fonte havia me dito que Valcke e Ricardo Teixeira tinham tirado férias juntos, estavam de bem. Então, o que está por trás dessa gritaria? É pressão para o governo brasileiro colocar mais dinheiro público nas mãos da CBF. Mundialmente, as empreiteiras têm envolvimento com corrupção. Dá para sentir o cheiro daqui.

Três de seus livros são sobre as Olimpíadas. As falcatruas acontecem em qualquer esporte ou são predominantes no futebol?
Sou cuidadoso ao falar disso. Sei que a liderança da Fifa é muito corrupta – e venho publicando isso há mais de dez anos sem que eles tenham me processado nem uma vez sequer, o que diz muito. O COI era muito pior sob o comando de Juan Antonio Samaranch (morto em abril deste ano), que presidiu a entidade de 1980 a 2001. Ele era um fascista e o fascismo é, além de tudo, uma pirâmide de corrupção. Samaranch trabalhou ao lado do generalíssimo Franco. Essa cultura franquista e fascista se transformou em uma cultura gângster.

A corrupção no COI diminuiu com a saída de Samaranch?
Vou ilustrar com uma história. No meu site publiquei uma foto de Blatter cumprimentando um mafioso russo, em 2006, em um encontro com dirigentes do país. O russo foi quem fez o esquema em Salt Lake, na Olimpíada de Inverno de 2002, para que os conterrâneos ganhassem o ouro em patinação artística. Pois bem, Blatter, Havelange e muitos outros da Fifa são parte do comitê do COI. Essa é a dica de como a Rússia está agindo para sediar a Copa de 2018.

Foi assim que o Brasil conseguiu a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016?
Na votação em Copenhague, que deu a sede olímpica para o Rio de Janeiro, o nível de investigação jornalística foi ridículo, só víamos a praia de Copacabana com o povo feliz. Há um grupo no COI que já foi denunciado por receber propina no escândalo da ISL – e quem acompanha a entidade sabe quem eles são. Os dirigentes dos países só precisam pagar umas seis ou sete pessoas para conseguir o voto. Existe, com certeza, uma sobreposição entre os métodos da Fifa e do COI. Mas a cultura das duas entidades não é tão estrita quanto à de uma máfia, é mais como se fossem máfias associadas, apoiadas umas nas outras. Coca-Cola, redes de fast-food, Adidas, você acha que essas companhias não sabem o que está acontecendo? Eles não são estúpidos. A cara de pau é tamanha que Jacques Rogue, presidente do COI, disse em Turim, em 2006, que o COI e o McDonald’s compartilham os mesmos ideais. Será que ele não sabe quanto a obesidade infantil é um problema gravíssimo em vários países? Ou faz parte do jogo ceder a esses interesses?

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Hoje, ao ler um post no Blog do Noblat, me deparei com a constatação de um argumento que sempre vejo nos debates sobre privatização de empresas exploradoras de recursos naturais, o investimento em pesquisas para novas explorações como aconteceu com o pré-sal. Fica muito claro que, se a Petrobrás tivesse sido privatizada, o capital internacional que a dominasse nunca iria enfrentar uma pesquisa trabalhosa e arriscada como as pesquisas do pré-sal. Caras, inovadoras e com grande risco de um tiro no pé, mas que se bem feitas, resultam em enormes avanços ao país. Como já resultou.

Uma empresa internacional, exploraria o que já está encaminhado e utilizaria os lucros para investir em pesquisas muito mais baratas em exploração de petróleo na Venezuela, na África, etc e tal. E para esses lugares rumaria, após secar nossas reservas de petróleo já descobertas. Em outra hipótese, faria uma parceria com uma empresa inglesa irresponsável qualquer, que viria aqui explorar o petróleo em alto mar, com grandes chances de uma nova catástrofe como a do Golfo do México.

Fico imaginando aqui com meus botões, qual seria a condenação, caso um acidente das mesmas proporções fosse causado pela Petrobrás. A mídia, lambedora de sapatos imperiais, adoraria se lambuzar em óleo para divulgar ao povo brasileiro, e a quem quisesse ouvir, que o Brasil deveria é continuar sendo um país de terceiro mundo refém dos mandos e desmandos das organizações internacionais controladas pelo primeiro mundo.

Mas essa é uma outra história. Esse post aqui é pra mostrar que o capital internacional está “pouco se lixando” – como diria um nobre deputado sobre a opinião pública – para o desenvolvimento do Brasil. Pois bem, temos a Vale privatizada por FHC/Serra, uma das maiores mineradoras do mundo, explorando nosso subsolo a sua maneira, a todo gás, e com investimentos em pesquisas insignificantes. No post que reproduzo a seguir, vemos que alguns minérios estão em vias de esgotamento, sem que se tenha encontrado novas áreas alternativas para exploração. Onde será que o capital comandante da Vale está investindo em pesquisas? No Brasil é que não é!

Deu em O Globo

País perde corrida na mineração

Em novas áreas de exploração, Brasil fica atrás de Chile e Peru, além de Canadá e Austrália

Gustavo Paul

À margem do interesse envolvendo as descobertas de petróleo no pré-sal e a construção de hidrelétricas, as pesquisas por novas áreas de exploração no setor de mineração brasileiro vêm interessando menos os investidores nacionais e estrangeiros.

Nos últimos anos, a incerteza diante das regras do setor e o pouco avanço nas pesquisas geológicas estão fazendo o Brasil perder terreno para vizinhos como Chile e Peru e ficar bem distante de concorrentes de peso, como Canadá e Austrália.

Sem novas áreas de exploração, o setor mineral está consumindo o que já é conhecido, em níveis recordes. Os investimentos apontam cifras inéditas: podem chegar a US$ 54 bilhões, de 2010 a 2014, para produzir quase cem minerais diferentes.

O valor da produção mineral deve alcançar US$ 30 bilhões este ano, cerca de US$ 6 bilhões a mais do que no ano passado, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

O consultor Luciano de Freitas Borges, ex-secretário de Mineração do Ministério de Minas e Energia, adverte que não ocorrem descobertas de grande porte no Brasil há vários anos.

É o que constata o Ibram: dos 52 grandes depósitos minerais descobertos até hoje no Brasil, apenas três (5,7%) foram encontrados depois de 1988.

— A reposição das reservas brasileiras de cobre e ouro, por exemplo, já está aquém do nível de expansão da demanda. Sem novas opções, a médio e longo prazos, a perspectiva é estagnar a produção e depois vê-la decair — alerta Borges, ressaltando que a exceção são as reservas de ferro, suficientes para cerca de 400 anos.”

E tem gente que ainda acha que a privatização é o ó do borogodó.

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Ponto de Mídia Livre

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#DormeComEssaEntaum

Pá..!!

Heheheheh…

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Sempre que debato sobre privatizações ouço argumentos a favor relatando a eficiência dos serviços privados, a falta de capital da estatal no período pré-entreguista, a falta de empenho dos servidores públicos e os investimentos injetados pelo setor privado depois de ganhar o direito de explorar um setor que antes era da nação, e não apenas de uma empresa/grupo.

O que eu sempre tento argumentar, e muitas vezes não sou compreendido, é que a privatização, seja ela qual for, acaba transferindo o controle de setores estratégicos e, é claro, lucrativos, para um grupo que, em quase na totalidade das situações, é estrangeiro.

Me canso de ouvir que isso não tem importância, pois o desenvolvimento trazido pela privatização nunca seria alcançado sem a privatização. Argumento, acredito eu, vazio, quando constatamos o tamanho desenvolvimento alcançado pela Petrobrás simplesmente abrindo seu capital, transformando-se em uma empresa de economia mista.

Hoje li um artigo, que posto abaixo, que trata dessa questão em âmbito internacional, relatando como se deu inicio a esse modelo e como teve grande apoio do império americano dentro de suas fronteiras, e por imposição a países economicamente fragilizados através de suas alianças e instituições sobre seu controle, como o FMI, fora delas.

Acredito que este artigo reforça meus argumentos, pois mostra como o governo americano concentrou os pontos estratégicos da nação norte americana na mãos de poucos, montando um sistema em que a riqueza produzida fosse controlada por parcela ínfima da população e os mais pobres recebessem apenas migalhas.

O que não se percebe aqui no Brasil, é que o sistema de privatizações adotado nos anos 90, além de reproduzir a concentração dos benefícios, acabou concentrando nas mãos de uma elite estrangeira, internacional, devido as ligações dos comandantes do poder daquela década com o setor econômico e financeiro internacional. No meu entendimento, um crime contra a nação. Um verdadeiro golpe da elite no povão.

Do Blog Engajarte:

Privatizações, a Pirataria Neoliberal

A privatização das estatais atingiram plenamente seus objetivos, há que se pensar em estratégia político econômica na sua gênese, concentrou propriedade, concentrou benefícios, distribuiu custos pela sociedade, isto é resultado de uma orientação política clara, com 100% de resultados atingidos.

Os políticos ou forças políticas da privatização tinham objetivos claros, nem podia ser diferente, e a situação atual reflete perfeitamente a diretriz e o êxito do programa.

Se alguém na época da privatização tinha outra expectativa, foi ingênuo, pois tudo isto foi alertado naquele momento.

O movimento iniciou nos governos Regan/Tacher, governos altamente conservadores, da direita dura, sua baliza era a tal da estratégia “pingadeira”, concentrar todos os benefícios na elite econômica, isenção de impostos, desregulamentação, privatização, e assim a concentração produziria excedentes financeiro que seriam reinvestidos gerando mais riqueza e lá no final pingaria alguma coisa para os setores mais baixos da sociedade.

O que resultou, óbvio, foi a super concentração de renda, mesmo nos EUA, país de vasta classe média, mudou a composição social, parecendo cada vez mais com um país de 3ºmundo, com concentração de riqueza e uma massa de pobres.

Este modelo foi forçado pelos EUA a todos os países que ele tinha influência, seja diretamente seja via FMI e Banco Mundial, principalmente depois do desaparecimento a União Soviética, pois, colocaram-se agressivamente disseminando um modelo único, na esteira do vácuo político ideológico que se seguiu ao fim da URSS.

A estratégia era assim, política, não de fundo “econômico”, e o que menos importava era a legalidade ou transparência, pois um processo de transferência de bens públicos para escolhidos privados, jamais poderia ser aberto, e assim foi em todos os países submetidos, desde Rússia oligarca até a Argentina Menemista.

Foi o maior processo de transferência de riqueza da história da humanidade, o que aconteceu no Brasil foi a mesma coisa, de vez em quando aparece alguma ponta obscura deste processo criminoso, e a sociedade Serra/Dantas na Flórida é isto.”

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Do Blog Tijolaço.com, de Brizola Neto.

Ah, quer dizer que emigar pra cá, vale?

junho 9th, 2010 às 7:27

Por indicação de um leitor, tomei conhecimento do texto publicado no JB por Mauro Santayana, que reproduzo, estarrecido, para vocês. Leiam, e eu comento a seguir:

Tendo assumido o controle da Coelba, a companhia baiana de eletricidade, durante o governo FHC, a empresa espanhola Iberdrola está oferecendo aos desempregados da província de Castellon, na Espanha, contratos para a execução do programa Luz para Todos, no interior da Bahia. É nisso que deu a “privatização”: se o ministro Lupi nisso concordar, teremos o dinheiro público usado para combater o desemprego na Espanha. Se não há eletricistas no mercado, bastam dois meses para formá-los, como sabem os técnicos do setor.
Seria um contrassenso oferecer emprego aos espanhóis, quando brasileiros são ali tratados pela polícia como facínoras, os homens; e como prostitutas, as nossas filhas, esposas, namoradas e irmãs. Um país que se respeita exige que seus cidadãos sejam respeitados. Não podemos tratar os espanhóis com a mesma violência e desprezo, mas nem por isso devemos oferecer-lhes trabalho que falta aos brasileiros.

Confesso que, embora crível porque vem de um dos mais respeitados jornalistas brasileiros, a informação parecia ser exagerada. Não é. Olhem a notícia que reproduzo ao lado do jornal Las Províncias.

Não tenho e abomino qualquer tipo de xenofobia. Venho de uma família de imigrantes, e creio que é provável que o próprio Santayana, pelo sobrenome, deva ter ascendência espanhola. Fizeram um dos grandes fluxos migratórios para cá se integraram perfeitamente à vida brasileira. Mas não estamos falando de pessoas que juntam seus coisas e vêm para cá espontaneamente. Estamos diante de um processo empresarial, onde há um recrutamento deliberado de mão de obra, que envolverá passagens, acomodação e que, pior, é um programa de emprego rotativo, onde não virão as famílias, mas apenas os trabalhadores para “temporadas” aqui.

São eletricistas de média e alta tensão, setores onde dizem que não há mão de obra qualificada aqui. Então, porque não importam instrutores, capazes de, em pouco tempo, formarem levas enormes de trabalhadores qualificados. Sairia mais barato que deslocá-los às centenas, não é? Não fazem porque, como o próprio jornal espanhol diz, a “destruição do emprego” por lá ronda a casa de 20%.

Atenção, como diz o Santayana, Ministro Carlos Lupi. Estão querendo fazer o programa “Luz para todos, pero empleo para nosotros”.

Aproveitando o assunto, é bom lembrar que a tal Iberdrola, empresa espanhola integrante do consórcio Guaraniana que arrematou a Coelba, era representada pelo, veja só, o marido de uma prima de José Serra,  Gregório Marín Preciado (o “Espanhol”), durante o período de privatização da companhia de energia baiana, e outras. Abaixo segue trecho do livro “Os porões da privataria” de Amaury Ribeiro Jr., que você pode ler na íntegra aqui, que trata das ligações da alta cúpula tucana com o setor privado durante o período em que o Brasil foi vendido a preço de banana para o “mercado”:

Ribeiro Jr. vai detalhar, por exemplo, as ligações perigosas de José Serra com seu clã. A começar por seu primo Gregório Marín Preciado, casado com a prima do ex-governador Vicência Talan Marín. Além de primos, os dois foram sócios. O “Espanhol”, como (Marin) é conhecido, precisa explicar onde obteve US$ 3,2 milhões para depositar em contas de uma empresa vinculada a Ricardo Sérgio de Oliveira, homem-forte do Banco do Brasil durante as privatizações dos anos 1990. E continuará relatando como funcionam as empresas offshores semeadas em paraísos fiscais do Caribe pela filha – e sócia — do ex-governador, Verônica Serra e por seu genro, Alexandre Bourgeois. Como os dois tiram vantagem das suas operações, como seu dinheiro ingressa no Brasil …

(…) 

A trajetória do empresário Gregório Marin Preciado, ex-sócio, doador de campanha e primo do candidato do PSDB à Presidência da República mescla uma atuação no Brasil e no exterior. Ex-integrante do conselho de administração do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), então o banco público paulista – nomeado quando Serra era secretário de planejamento do governo estadual, Preciado obteve uma redução de sua dívida no Banco do Brasil de R$ 448 milhões (1) para irrisórios R$ 4,1 milhões. Na época, Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor da área internacional do BB e o todo-poderoso articulador das privatizações sob FHC.

Ricardo Sérgio também ajudaria o primo de Serra, representante da Iberdrola, da Espanha, a montar o consórcio Guaraniana. Sob influência do ex-tesoureiro de Serra e de FHC, mesmo sendo Preciado devedor milionário e relapso do BB, o banco também se juntaria ao Guaraniana para disputar e ganhar o leilão de três estatais do setor elétrico (Coelba, da Bahia, a Cosern, do Rio Grande do Norte, e a Celpe, de Pernambuco).

Brasil, um país de todos, espanhóis, americanos, ingleses, portugueses… desde que forneçam algum pro bolso dos poderosos, é claro…

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